.png)
Rádio Grilo
Na Rádio Grilo, somos todos apaixonados pelo mundo outdoor. Aqui trazemos histórias autênticas de atletas, viajantes, fotógrafos e filmmakers que compartilham diferentes perspectivas sobre essa paixão. Apresentado por João Agapito.
Rádio Grilo
02. Richard Oliveira: Vida de Mochila, Documentários e o Novo Projeto
O Richard é documentarista, mochileiro profissional e autor do blog @vidademochila.
Sua jornada como nômade começou em 2017, quando cruzou a América Latina inteira sem usar avião, produzindo uma websérie. Amante dos trekkings de longa distância, ele produziu documentários sobre aventuras em lugares como Patagônia, Sertão Nordestino, Alpes Franceses e Eslovênia. Seu documentário mais famoso, sobre a Estrada Real, já acumula mais de 5 milhões de visualizações no YouTube.
Recentemente ele se casou com a Lanna, também nômade, e enfrentou a perda temporária de sua conta no Instagram. Agora eles se preparam para um novo (e GRANDE!) projeto que vamos conhecer neste bate-papo.
Siga e compartilhe em @radiogrilo
Contribua também com este projeto através do Apoia.se
João Agapito (00:00)
galera, sejam muito bem vindos a Rádio Grilo, seu podcast do Mundo Outdoor. no episódio de hoje a gente vai falar com Richard.
João Agapito (00:08)
que é documentarista e autor do blog Vida de Mochila.
João Agapito (00:12)
Ele começou a viver como nômade 2017, quando cruzou a América Latina inteira sem usar avião. Amante dos treks de longa distância, ele produziu documentários sobre aventuras lugares épicos como Patagônia, sertão nordestino, Alpes, franceses e Eslovênia.
Seu documentário mais famoso sobre a estrada real já acumula mais de 5 milhões de visualizações no YouTube. Recentemente, ele se casou com a Alana, também NOMAD, e enfrentou a perda temporária de sua conta no Instagram. Nesse bate-papo, a gente vai falar sobre tudo isso e também sobre o seu novo e grande projeto.
bora lá?
João Agapito (01:16)
Cara, assim, eu tô muito feliz que você aceitou meu convite. Assim, faz o quê? Uns 8 anos, no mesmo momento, que a gente não deve se falar, né?
Richard (01:25)
Pá mais, pá mais, pá.
João Agapito (01:27)
E assim, o que é engraçado? Porque durante esses 8 anos, cara, o vida de mochila estourou e eu tô te mostrando com meus amigos aqui. Eu gente, olha aqui meu amigo, faz uns documentários irados e tal, mostra seus vídeos, Aí depois eu tava pensando, Nem é questão se ele ainda é meu amigo, será que ele se lembra de mim?
Richard (01:44)
Não, eu tava até vendo umas paradas assim,
eu via de relance, eu via que você tava fazendo trilha também, você comentava direct ali e tal, né? E outra cara, ficou muito tempo junto lá na BR Malls, né? Vem, BR Malls era... Passava o dia todo lá, cara, então era como se fosse amigo de colégio, né? Lembra?
João Agapito (02:03)
Eu lembro quando você estava começando com Vida de Mochila. Então, você devia ter, sei lá, 10 mil seguidores. E aí, olhar 8 anos depois, ver a proporção que isso tomou, cara, é muito, muito massa.
falando aqui sobre origens, o Vita de Mochila de fato começou 2014,
Richard (02:22)
foi a primeira página se pá fiz até antes mas eu acho que o instagram eu tava até vendo ali quando suspenderam a minha conta que eu tá desde 2014
João Agapito (02:36)
Pô, dez
anos esse ano aí, hein? Vai ter bolo aí? Vai ter uma comemoração? Como é que é? Ainda tem tempo.
Richard (02:42)
Ai, tem tempo cara, mas eu não sou muito... Eu não comemoro nem meu aniversário direito, mas de vez quando quando dá na tela eu comemoro quando não é a data, tá ligado? mas é isso aí, fazendo 10 anos já
João Agapito (02:52)
assim, bom, acho que talvez o grande marco quando você começou a de fato viver a vida de mochila foi 2017, quando você começou a América 300, Que era aquele projeto de viajar América Latina inteira, sem avião e tal.
Mas por que exatamente América Latina?
Richard (03:11)
Eu sinto que é continente que tem tipo, um valor surreal na parte histórica, na parte de natureza. Então, por exemplo, a América Latina tem uma natureza surreal e que não tem mídia. Então eu consigo subir montanhas inimagináveis, lindíssimas e ficar sozinho na montanha e ter a montanha toda só para mim.
Porque a massa de turismo está ali, sei lá, Bariloche ou só num lugar específico sendo que a gente tem continente inteiro pra viajar. Eu sempre soube disso. Tipo assim, muito porque a galera viaja a origem, tipo assim, de viajar rede social, galera viajava muito pra se mostrar. Pra mostrar que era bem sucedido, né? Tipo, então você vai pra cruzeiro, a pessoa vê você lá no cruzeiro aí, fulano tá olhando no cruzeiro, fulano tá bem sucedido e tal.
E a América Latina, por ser um destino mais barato do que viajar no Brasil, por ser... não tinha tanto esse valor da ostentação. E aí acaba que você centenas de destinos renegados e você tem sítios arqueológicos, você tem uma cultura muito milenar enquanto os europeus estavam pegando infecção lá, já tinha saneamento lá na cultura azteca, já tem...
a cultura do zing já tinha uma infra de civilização prontinha, montada muito mais tempo do que lá na Europa e isso é meio que renegado sendo que tá aqui do lado né? e eu sempre também me identifiquei como latim e eu sempre odiei o fato do Brasil ser país à parte da América Latina América Latina toda unida aqui na bachata, no reggaeton, na cultura e o Brasil fica meio que à parte assim
Você conversa com muito brasileiro e nem se identifica latino-americano, né? E eu falava, mano, a gente tem que se unir aqui, tá ligado? A gente tem continente foda aqui.
João Agapito (05:03)
A América Latina é sentimento. E você tocou num ponto muito interessante que é justamente esses roteiros não muito óbvios. Porque, por exemplo, eu tirei período curto para viajar na América Latina e eu fiz roteiro baseado nos seus vídeos. Baseado nos seus roteiros. Aí eu fui para Chachapoias, no Peru, fui para Huarás... lugares assim. Incríveis,
É difícil até de descrever sinceramente. assim, Tchátia Apoias não tinha turistas de forma de nenhuma nacionalidade. O Arás só tinha europeus, cara. Eu não achei nenhum brasileiro. Fiquei mais de uma semana lá. Muito bizarro. você disse, né cara? Muita coisa para explorar. É muito rico e muito pouco explorado.
Richard (05:50)
Você chegou aí nos Alpes também, da Europa, sei lá, Chamonix, Suíça, essas paradas?
João Agapito (05:57)
não fui Chamonix ainda, é sonho, mas eu já passei na Suíça, já viajei de carro pela Suíça e cara, sendo muito sincero, o Arás não fica muito longe não, tá?
Richard (06:09)
Pois
é, mano, mas é tipo assim, se você for pra Chamonix depois, você vai falar, porra, véi, Ruarás é isso aqui só que sem esse shopping center, tá ligado? Tipo, e o preço que você fica mês Ruarás, gasta no primeiro teleférico lá Chamonix. É foda,
João Agapito (06:17)
e
aí voltando aqui pouco então para a questão da sua trajetória com vida de mochila. dá pra ver que determinado momento ali no canal você mudou pouco talvez o foco, né? De tipo vídeos de uma duração pouco menor pra começar com documentários. E aí se eu não me engano, o primeiro foi o do Caminho de Cora, certo?
Richard (06:50)
É, o primeiro que eu consegui fazer. Teve outros que eu tentei e eu falhei também, não dei conta de fazer. Muito trampo, né cara?
João Agapito (07:00)
mas assim, bom, a questão dos documentários, eu acho que realmente foi uma virada de chave, uma coisa que agradeceu muito o seu canal, quando você parte para anel de documentários, que você vai gastar tempo ali, tipo, lançar uma coisa com áudio, vídeo, uma história, música, tipo, mais de uma hora de duração...
Cara, muito trabalho, é muito difícil você ficar na superficialidade, Então acho que a partir do momento que você foi para o mundo dos documentários e lançou documentários muito bem feitos, eu imagino que isso tenha sido uma virada de chave para o canal.
Richard (07:33)
Cara, eu não sei se você lembra, mas na época da BR Malls eu tinha muita referência do canal OFF. Eu até comentava, porra, sempre que quis ter documentário lá no canal OFF. Eu tinha aquela ideia de documentar ainda, só que tipo, era muito longe da minha realidade ainda, né? Tipo... era câmera cinematográfica, as minas de biquíni surfando lá Madagascar, né?
Tipo assim, vi sempre umas viagens na Islândia. Era uns bagulho muito fora da minha realidade, que era tipo cara quebrado, né?
porque você imagina acaba documentário off, vê aquela linha de créditos lá, você vê 40 pessoas trabalhando no documentário como é que eu, Richard Oliveira com mil conto no bolso, uma GoPro na mão, celular capela quebrada vou imaginar que eu vou ser documentarista, né?
Só que aí eu fui vendo outras pessoas e fui entendendo que o documentário é mais sobre a história do que sobre a qualidade do vídeo.
eu comecei a consumir mais pessoas que produziam mais com menos né então tipo comecei a estudar muito sobre storytelling comecei a fazer alguns cursos assim tipo youtube comecei a pegar certas coisas
E aí eu falei cara, possível quando se eu tiver algumas coisas, por exemplo tinha na minha cabeça que eu precisava de drone. Aí na época que apareceu uma publicidade da LG lá que eu tinha que gravar vídeo no celular da LG. Aí eu falei cara, se eu pegar essa pública e eu vou aprender a gravar no celular que é pior que o meu ainda, porque você vai meio que forçado, né? Você tem que fazer bom conteúdo com aquilo.
e ainda vou conseguir a grana para levantar o drone aí tipo eu fiz isso consegui a grana levantou o drone e quando eu tinha o drone e uma câmera pequena assim eu mano já é mundo de possibilidades e aí que eu fui começando a sonhar mais tá ligado
João Agapito (09:34)
acho fantástico que você trouxe também a questão da habilidade do storytelling, Eu acho que sim, é uma das habilidades que eu mais admiro. E você vê, acho que funciona pra tanta coisa, porque por exemplo, se você for olhar os caras aí que, sei lá, vão abrir uma startup...
E aí montam PPT lá no PowerPoint, apresentam e angariam milhões. Isso nada mais é do que uma habilidade de storytelling, dados as devidas proporções. Mas aí, por exemplo... você lançou o documentário, que foi o Caminho de Cora.
mais ou menos há uns três anos, se eu não estou enganado. E até lá...
Richard (10:13)
Foi devolta a pandemia.
João Agapito (10:17)
você não tava meio que, ainda não tava vivendo do vida de mochila né
Richard (10:21)
Não cara, é... O meu esmochila, a primeira ideia que eu tinha quando eu abri o canal, eu falei assim, eu vou abrir o canal quando eu for fazer a minha websérie que era dessa viagem que era do meu sonho cruzar toda a América Latina sem usar avião que era esse sonho engavetado desde que eu tava ali há muitos anos eu tinha aquilo na época eu me falava assim que 30 mil era suficiente pra eu viajar ano
Eu já sabia que ia viajar mochileiro, pá, e eu... Agora, quem... Como é que junta esses 30 mil? Eu não conseguia, cara. Todas as que eu tentava juntar estragavam o carro, aí tinha que gastava. Mano, não conseguia, não conseguia. Aí eu comecei a seguir uma galera que tava viajando e que eu via que realmente gastava pouco. Na época, uma das minhas referências foi cara que chama Aldo Lâmio.
e ele estava fazendo uma viagem de 5 anos de bicicleta ele tinha apartamento alugado e dava R para ele e a proposta dele era de fazer com esses R ele fazer essa viagem então ele fazia Cowsurf, ele acampava
Então ele tinha vários recursos para economizar a grana e manter uma viagem, que era o sonho do cara na época, de cruzar a boa parte do continente latino-americano, ele cruzou a Europa, viajou até o Irã, tudo de bicicleta.
eu falei porra, o cara tá vivendo com 500 conto eu falei assim, eu sou formado relações públicas, trabalhei com o marketing há 8 anos, sei fazer mano, 500 conto eu consigo só de freelo, e mais resto que eu vou trabalhar, que eu vou aprender outras coisas e tipo, eu não tinha frescura então se eu precisava lavar banheiro, lavar prata, outra coisa eu estava à disposição enquanto eu tivesse fazendo
Meu sonho, cara, E aí eu saí, ouvido de mochila, tipo assim, a primeira coisa que eu fiz, mano, foi quitar todos os agílios, tipo... Conta parcelada, com cartão Hanner, qualquer coisa, que tem tudo.
eu quebrei os cartões de crédito pra eu não acumular mais dívida. vendia as coisas que eu tinha no meu quarto lá, deu 3.700 conto, na época eu achei que ia dar até 5.000, mas tinha umas camisas sociais que eu não conseguia vender.
Aí eu saí com esse orçamento, cara, mas assim, eu comecei a trabalhar desde a primeira semana. Então, no primeiro ônibus que eu peguei, eu fui para BH, logo depois eu fui para Ouro Preto. Lá Ouro Preto eu já estava fazendo freelo de design gráfico, tá ligado? Então, a minha proposta era fazer outros trabalhos enquanto eu viajava. E aí, fazendo outros trabalhos, eu consegui viajar, foi a viagem que eu fiz, que eu saí de Goiânia, fui até Oshuaia, fui até o México.
Deu 622 dias, ano e 10 meses mais ou menos na estrada. E mesmo depois que eu terminei, o vida de mochila ainda não era tipo minha renda principal. Porque o YouTube, mesmo com 97 episódios lá da websérie, ele pagava mais ou menos uns 70 dólares por mês. Aí eu consegui algumas outras coisas com afiliado, através de indicação no Instagram e tal. Compram seguro aqui.
e o que eu fazia mesmo era edição de vídeo, Eu fazia edição de vídeo pra pousada, agência de viagem que eu ia encontrando pro caminho,
E aí quando eu voltei para o Brasil, comecei a levar a galera para viajar comigo, fazer a expedição. Aí a foi para... Levei uma galera para Chapara que tipo... Você já viajou para Chapara comigo, você lembra, né? Naquela época. Nem tinha o vestido de mochila, mas eu já estava meio que de guia lá, né?
João Agapito (13:50)
que isso!
Já estava fazendo a cobertura audiovisual também, cara? Sempre ali, seguindo seu sonho.
Richard (13:57)
É, já faz então, né?
É, porque tipo, viajava, a galera já gostava do meu estilo de foto, então a galera já viajava comigo, já tirava umas fotos ali e já ficava de resenha. Eu fiz isso tempo também. Mas até ir pro YouTube mesmo, putz, demorou o chão, viu? Foi depois da pandemia.
João Agapito (14:12)
Pois é, cara. assim, imagino que muita gente deve olhar pro seu canal hoje, que é canal bem sucedido, né? Você tem mais de 300 mil inscritos ou alguma coisa assim. Então, não imagina, né? O tanto de poeira que você teve que comer pra chegar onde é que você tá. E ainda, assim, sobre o papo dos documentários, cara, eu acho que... Talvez o seu mais famoso é o do mochileiro numa estrada real, né? Então...
Richard (14:36)
É, esse aí
ele descolou a placa do canal mesmo Ele descolou até não deu a realidade assim tipo... Sei lá, tinha outros canais que são inspiração minha E já estão produzindo também há muito tempo, que sempre foi hypado e tal E é muito difícil chegar 5 milhões de visualizações, mano É muito difícil
João Agapito (14:56)
isso é muito bizarro, então aí eu lembro que... Sim!
Richard (14:57)
E é duas horas de vídeo, não
é vídeo de 10 minutos. Porque se for no real, bate já para ter.
João Agapito (15:02)
Não, exatamente, muito...
É diferente, ter 5 mil visualizações no Reels e não dá nem para comparar, né? Mas eu lembro assim que, bom, eu coloquei na TV, eu assisti de fato na TV, né? E eu me senti como você estava falando, cara, no canal off. E foi negócio que para mim também foi clique assim grande,
Eu falei, caralho, pô.
Viu cara começando lá do nada, agora simplesmente o cara está fazendo documentário nível canal off. Muito massa.
Richard (15:32)
Esse documentário
tem uma parte emocional dele que foi muito forte assim também, porque tipo assim, a galera acredita que você vai com roteiro, que você vai com uma ideia, mas nada, mano, eu fui pra viver uma viagem foda. E eu tive uma viagem foda, porque eu passei por muita coisa, não é só a dor do caminhar, mas tipo de viver luto, de viver encontro, de conhecer historiador e tal, e eu tava... Assim, a gente como viajante, você imagina,
Estou fazendo 7 anos de estrada, 7 anos NOMAD. E a gente viaja e grava todo dia. Mas o tesão não vai estar todas as viagens, todas as cidades, todos os negócios. combinação desse documentário foi momento da minha vida onde eu estava vivendo uma viagem muito intensa. Eu estava literalmente 40 dias caminhando sozinho.
E eu tava com muito tesão, cara, de fazer esse documentário. Esse documentário foi documentário onde eu peguei Eu escutei uma voz do cara, que era o Rodrigo Regis, e eu falei, mano, eu quero que você cante sangue latindo no Némato Grosso, eu tenho certeza que vai ficar foda. A gente foi pro estúdio gravar. Então, tipo, eu no estúdio tava chorando já. Porque era a composição da viagem.
Tanto que eu falo que tipo, é como se fosse uma Ana Julia. Porque eu nunca mais vou conseguir fazer documentário como esse. Tá ligado? É tipo... Claro que os Los Hermanos não gostam da Ana Julia, porque eles ficam, você quer fazer outras coisas e tal, e você tá há mais tempo. Só que tipo assim, mano, foi, pra mim, foi impactante, porque foi uma viagem que eu vivi muito lá na carne. E eu consegui pôr ali, e nem sempre a gente consegue. Foi uma combinação de...
Eu tava com muito tesão de produzir e eu tava com muito tesão de viver aquela viagem. Eu tava muito presente. Acho que foi uma das viagens mais presentes que eu fiz toda a minha vida. E aí o reflexo é esse sucesso aí,
João Agapito (17:25)
E bom, se você que está escutando a gente não assistiu ainda, amor de Deus, para o que você está fazendo. Se você está dirigindo, para o carro agora, coloca aí no YouTube mochileiro na estrada real. Esse maluco que está falando aqui no podcast, andando mais de 700 km, cara.
João Agapito (17:42)
Mas aí deixa eu te fazer uma pergunta impertinente. Quando você abre esses espaços de PIX,
João Agapito (17:50)
muita gente faz Pix pra ser?
Richard (17:51)
Maluco, já recebi Pixie 5000!
João Agapito (17:53)
Que isso, véi?
Richard (17:54)
Eu não consegui nem identificar quem era. Caiu lá, pessoa não tinha mandado nenhuma mensagem, nada. Dei Google no nome, era nome meio comum,
5 pau cara, você acredita? É porque a gente não sabe o impacto do conteúdo, a gente faz o conteúdo pensando numa coisa, mas às vezes teve outro impacto que essa pessoa usou, que foi importante da vida dela, sei lá mano, só agradeço né,
João Agapito (18:07)
Porra, Pei! Mas é...
você está vivendo a vida anômada há sete anos, sozinho, e aí, de repente, você encontra sua cara metade. assim... Primeiro, acho que está cada vez mais difícil você achar sua cara metade. Então, para uma pessoa que tem estilo de vida como você, acho que é mais difícil ainda.
Richard (18:42)
Teve mais esforço, a galera acha assim, você achou ela lá, e vocês dois se conectaram rapidamente, foi tudo lindo, meu amigo, é igual canal. É igual canal, porque tem, por exemplo, eu conheci a Alana, aí uma coisa que eu achei fantástica
Ela também tava viajando na América Latina sozinha sem usar avião, E a gente ainda tinha uma coisa muito parecida Que é a gente finalizar a nossa viagem no México, a gente não queria ir até o Alasca A gente queria fechar o conceito da América Latina Aí tipo assim cara, gente... porra
caramba você tá com esse projeto e tal e ela tava sempre pouquinho na frente então ela me dava dica de fronteira pra cacete tá ligado
Então a gente começou a conversar, a ficou amigo Passou tempo, gente foi gravar podcast sobre Couchsurfing, sobre lugares aleatórios e, mano, ela tinha outras histórias bizarras, tipo de...
de chegar lá pra não ter onde dormir, de ter que dormir saco de estopa, na Bolívia, outras histórias, Aí eu não, convida essa mina aqui que ela tem umas histórias cabulosas. Aí convidou, a gente gravou, cara, tipo umas três horas de podcast, acabou o podcast, ficou eu e ela na chamada, mais três horas conversando a vida.
E eu já tava meio que chorando, mas tipo assim, como é que a gente se encontra ainda, né?
João Agapito (20:00)
até então não tinha nem rolar o encontro. O podcast foi remoto. Que isso.
Richard (20:02)
Não, tinha nada, era tipo amigo virtual
Aí eu falei assim, mano, eu tô muito interessado nessa moça aqui, eu vou dar meu jeito. Aí Lembra que eu falei que a tava fazendo uma expedição?
E ela tem uma comunidade de mulheres que viajam sozinhas, que é o blog elasviajamsozinhas.com.br, né? Onde ela reúne centenas de histórias de mulheres viajando sozinhas pelo mundo. É muito foda o projeto dela. Aí eu falei assim, cara, eu tenho comunidade de roda de mochila, você tem comunidade de duelas, vamos montar uma expedição junto, levar a galera pra viajar e tal.
Então o nosso primeiro encontro foi meio que a trabalho.
Eu particularmente já estava resolvido que eu ia ficar sozinho por resto da vida.
Só que na Alana, como ela já viajava sozinha tempo, eu falei assim, cara, eu tenho certeza que vai ser uma pessoa que preza muito pela individualidade e talvez nisso a gente se encontre. Então é por isso que eu pude fazer uma caminhada de 726 km sozinho, enquanto ela estava fazendo outras viagens. Mesmo casada, a gente...
consegue se separar hoje mas no começo mano foi seis meses da gente se testando conversando vendo avaliando fazendo pequenas viagens né então teve muito pé reps não foi tipo a apaixonou olha uma gêmea tanto que eu tinha eu só tinha uma regra para namorar e pra nem para namorar para ficar eu falava sim mano
João Agapito (21:29)
Qual que era?
Richard (21:30)
A mulher pode ser qualquer coisa, só não pode ser de São Paulo. A lã não quebrava a minha única regra, cara. Os outros lados são muito vantajosos, assim. Então foi por isso que eu falei, ó, eu vou quebrar a minha regra.
João Agapito (21:46)
É e bom, assim, primeiro, que, se hoje dia é difícil você achar uma pessoa que tem o mesmo hobby que você, imagina você achar uma pessoa que também tá viajando na América Latina sem avião, que vai terminar no México, cara, qualquer probabilidade disso, né, o alinhamento dos astros, não tem como, era pra ser. E eu acho interessante também a questão que você falou da individualidade, porque bom, até onde eu acompanho
vocês viajam muito separados, E eu acho que para a maioria das pessoas isso pode soar como o estranho, os caras tem relacionamento aqui, não viajam juntos. Mas, cara, isso, no meu ponto de vista, só mostra que é muito madura, negócio assim, cara, muito além de fato, né? Do tipo, do relacionamento que se espera de ser relacionamento padrão.
Richard (22:30)
É, porque começa assim, Quando a gente tá junto, a gente tá muito junto. Tipo, a gente viaja junto, gente trabalha junto, gente pega o ônibus junto, a gente faz tudo junto. Quantos casais aí, que já eram casados há 10 anos, chegam na pandemia, se separaram porque agora tinham que conviver. Antigamente, tinha cada para o seu trabalho, é médico, outro é advogado.
e aí só se vê na hora de dormir e aí é tipo namorica gostoso agora ficar 8 meses 10 meses seguido fazendo tudo junto é mais difícil então por exemplo eu ela nossa é nossa vida é isso cara a gente trabalha junto a gente vive junto viaja junto pegou o ônibus junto tal então esses tempos que a gente tem pra individualidade é excelente para colocar as ideias no lugar
a gente sempre alinha muito bem isso assim funciona bem vem funcionando bem
João Agapito (23:19)
É cara, eu fico feliz assim, de verdade. Saber que está dando tão certo assim,
João Agapito (23:25)
Mas aí, falando pouco de Europa, você foi para vários países, passou quanto tempo por aqui?
Richard (23:33)
até que não foi muito, é porque eu produzi muito o que acontece, a gente tem plano maior pro ano que vem quem vai escutar esse podcast vai ser 2025 a gente tem plano maior pra 2025 que é fazer igual a gente fez a minha expedição, a primeira que era esse som eu chamei de América 300 e o que a gente quer fazer junto agora que vai ser outro projeto grande é a Rota da Seda
A gente vai viajar de Portugal à China por terra. Sem data de volta.
João Agapito (24:06)
cara, você tá brincando velho, que isso, vai ser irado demais que isso
Richard (24:08)
que vai esse vai ser o projeto aí
Alana já tinha vindo pra Europa mas eu não tinha vindo ainda eu precisava ir pra pra pegar pouco da experiência pouco de valor, entender pouco a dinâmica, entender pouco de transporte e tal e entender pouco como que vai ser a produção de conteúdo porque tipo assim mano,
eu sei que a Europa tem busca e tal mas eu sei que a concorrência é maior e eu não sabia como a galera ia reagir aos conteúdos da Europa antes de ir pra Rota da Ceda até pra gente ter uma linha melhor pra saber onde a mirar, né
Cara, porque é tanta coisa, sei lá, vou chegar Praga, vou fazer o quê? Vou gravar uma história sobre os fantasmas? Vou fazer vídeo mostrando preço de comida? Vou fazer vídeo só de cerveja? fazer... Então tem o que a gente quer fazer e também tem algumas coisas que a gente também faz já pensando conteúdo. E aí eu falei assim, porra, eu quero muito ir para Eslovenia. Eu queria as montanhas de Eslovenia. É isso que eu mais quero.
Só que no caminho até lá tem monte de coisa que eu posso fazer. E aí eu fui fazendo vários testes, cara. Tipo, eu fiz vídeo Madrid que era tipo só eu andando sem rota, câmera na mão, falando que via na cabeça, Fiz outro lá Praga que já era mais focado dica, pensando que vai fazer uma roteira aqui pra Praga, tal, tal, Então eu fiz vários testes assim.
então agora para essa para essa viagem já fazer a gente já vai com mais informação
João Agapito (25:27)
e eu acho muito inteligente da sua parte você fazer esse trabalho amostral, né? Antes. Mas aí, enfim, você fez o trabalho aqui na Europa, você lançou vídeos de diferentes formatos com diferentes tipos de conteúdo. Será que já dá pra dar spoiler pra gente aí de qual mais ou menos que vai ser o formato dessa nova websérie? Vai ser mais documentários, Longa duração, natureza...
Richard (25:51)
Cara, eu fiz alguns testes pensando vídeo de dica na Europa e mano, não tiveram bom resultado. que bom porque eu já tiro isso da minha linha. A gente quer fazer uma websérie que vai ter formato de vlog com storytelling, onde a gente procura histórias interessantes para stringer e documentários dentro disso. Então, por exemplo, se a gente acha tema...
que a gente quer expandir para documentário, a gente vai fazer documentário dentro da websérie. A gente fez bem isso na web série do sertão. Igual falei que a América Latina é renegada entre os destinos internacionais, o sertão nordestino é renegado entre os destinos brasileiros, Porque a galera viaja... Cara, eu tenho certeza. Porque tipo assim, quando você fala nordeste, você não pensa no sertão, você pensa praia.
João Agapito (26:33)
Você acha mesmo?
Verdade, né?
Richard (26:41)
O povo no povo não conhece o sertão, acho que o sertão é seca, gente passando fome e tal. E mano, o sertão tem uma história absurda.
João Agapito (26:49)
Os
cânions do Xingu, Aquele lugar é incrível.
Richard (26:53)
é não, cara, todas as beiradas ali do rio São Francisco, vale do catimbau, serra da capivara, esses vídeos eu consegui ver a galera falando que eu não conhecia e aí a parte de história também, né, onde a gente conseguiu, tipo, ver a história da pedra do reino, foi uma seita que aconteceu dentro do lado sertão e aí tipo assim, essa cidade, a Lana achou a história
que era uma história muito cabeluda assim que tinha acontecido nessa cidade, São José do Belmonte, uma cidade que eu nunca tinha ouvido falar. Aí gente pegou, mano, passou tipo vários dias estudando, leu podcast, papá, gente foi lá e gravou esse documentário, no meio da web saíram certão, esse documentário passou de milhão já.
Esse é o documentário mais recente que está bombando o canal. E tipo, história que estava lá perdida, saca?
João Agapito (27:42)
Sim. É cara, vocês...
Richard (27:42)
Então a gente quer achar umas histórias assim na
Europa também, tá ligado? A gente quer fazer negócio de natureza, quer fazer vídeos de natureza igual esse de caminhada, vários dias caminhando, mas a gente também quer achar umas histórias assim pra contar informagem documentária. Então vai ser ao estilo de vídeo de mochila. Mistureba.
Pussinho.
João Agapito (27:59)
É,
eu acho que vocês vão fazer duo muito bom, Você na parte aí do Storytelling, ela na parte investigativa. Cara, vai ser muito massa essa websérie, tenho certeza.
Richard (28:10)
Não, a gente está na expectativa também, porque tipo assim... Cara, a Lana acha umas histórias absurdas num lugar onde teoricamente você não acha nem padaria direito, ela acha uma história, entendeu?
Mas a gente já começou a ler livros da Rota da Ceda. A gente já está lendo. Porque muita coisa, mano? O trajeto de Marco Polo, porra, é a ligação do Oriente do Ocidente, você imagina. Tanto de...
João Agapito (28:25)
Que isso!
Richard (28:34)
de cultura, de guerra, tanto de coisa que já aconteceu nesse miolo aí. tá animadíssimo.
João Agapito (28:39)
Essa região que você foi, Zovênia, Balkans, cara, lugares assim incríveis que muita gente aqui da Europa também nunca escutou falar. Às vezes pensa Balkans como lugar onde só tem mafioso e tal,
Eu acho que ainda assim, ainda na Europa, tem muita coisa nova, interessante e massa para ser... histórias para serem contadas.
Richard (29:00)
O que tem muito na Europa é esses vídeos de dica. Gente ensinando a viajar na Europa, gente ensinando a pegar flixbus, Isso aí tem monte. De história mesmo não tem tanta. Porque a história dá trabalho pra fazer, né cara? Dá trabalho. Tem que estudar, tem que editar, tem que entrevistar alguém outra língua.
João Agapito (29:14)
Muito né cara, nó
Richard (29:20)
É muito mais fácil você fazer uma perspectiva de turista onde você pega a câmera, grava uma bobeira aqui, tô aqui, estou no mercado, tal, tal, fecha a câmera e vai embora, sem custo, sem muito trabalho, você fica...
João Agapito (29:32)
Sim.
Richard (29:33)
Microfonando pessoas, procurando historiador para conversar, procurando gente para instigar, é muito mais trabalhoso.
João Agapito (29:40)
É, mas é conteúdo muito mais rico, né? E aí, falando então sobre produção de mídia, etc. Teve o episódio recente da perda do Instagram. Então, assim, para quem não acompanhou, o Richard, tinha... Ele tem mais de 300 mil seguidores, tinha mais de 1600 postagens, fotos, vídeos, que foram feitas, produzidas ao longo de mais de...
quase 10 anos, E aí, enfim, a conta foi hackeada e, cara, imagino o perrengue que deve ter sido. antes de mais nada, cara, eu estou muito feliz que você conseguiu recuperar de verdade. Mas que sufoco, né?
Richard (30:18)
Nossa cara, o pior é que tipo assim, foi hackeado enquanto a gente tava produzindo pra uma agência parceira nossa tava no meio de trabalho, tá ligado? E tipo, quando você é hackeado, você tem que ficar numa briga com o hacker pra você pegar a conta de volta. Então ele fica mandando SMS lá pro negócio, fica, aí fica travando, travando, então você tem que ficar nesse jogo. Só que eu não tinha tempo, eu tinha vulcão pra subir.
Eu tinha uma agenda de atividades que a gente já tava feito e tipo eu não pude abrir mão, então eu tive que lidar com isso enquanto eu tava trabalhando fazendo coisas difíceis, tipo subir num vulcão a 5.500 metros onde você não consegue respirar, a cabeça tá ruim e onde é lugar péssimo pra você ter ansiedade. Olha no Chile, cara, no Atacama. Então tipo assim...
João Agapito (31:02)
Isso foi no Chile que você estava?
Richard (31:08)
Uma trilha que já era difícil virou dos maiores desafios emocional da minha vida porque eu tinha que controlar minha cabeça pra não ter ansiedade, pra não respirar rápido, pra não... Pra não ter peripaque a 5.500 metros de altitude. Então emocionalmente foi pesado, cara.
E tipo foi uma, é a mesma gangue, mano, hackeou eu e uma galera Tipo assim, eu sou peixe pequeno ainda, hackeou o Fabio Porchá
Hackeou Carla Dias, essas atrizes, você acha que essa galera não tem uma segurança lá? Claro que tem. aí. Mexe com advogado, foi uma dor de cabeça cara, mas me fez pensar muito, né velho, que a gente trabalha terreno anulgado, né?
Eu sempre entrei consciente disso. E aí, quando eu tentava me acalmar, eu mano, se tudo é errado, eu perdi esse Instagram aí, eu sei viajar com pouco. A maior habilidade eu já tenho. Então, tudo que vai acontecer eu vou voltar, como antes. E eu sempre falei assim, velho, eu nunca entrei nessa pela grana. Eu entrei nessa pra continuar viajando, pra me manter na estrada.
e eu falei assim cara eles tiraram meu instagram mas não tiraram a minha habilidade de viver na estrada eu consigo ainda fazer meus freelo... eu ainda tinha o youtube que o youtube é minha maior fonte de renda que já foi hackeado também há dois anos atrás
foi mais traumático então eu cara, o prêmio é a estrada, o prêmio não é a grana então eu tentei me manter nisso, sabe?
e aí a conseguiu uma conta de volta cara mês mas fiquei mês sem instagram mais ou menos
João Agapito (32:39)
Ei!
é no mínimo inspirador escutar isso de você, porque eu lembro que quando tudo isso aconteceu, eu estava com a minha mãe e eu expliquei para ela o que tinha acontecido, só que ela não tem dimensão, uma conta com 300 mil seguidores no Instagram, vale? falei, mãe, é basicamente a pessoa perdeu uma casa, entendeu? A analogia era essa. Bom, eu queria fazer paralelo com o que você disse, sobre a questão de construir terreno alugado, Eu acho que de fato...
Sim, você no final das contas, as suas postagens, seus vídeos pertencem à meta, pertencem ao Google. Mas, eu acho que o mais importante de tudo isso você tem que é a sua comunidade. Porque a sua comunidade, eu acho que é 10 anos de conteúdo muito sólido, que você coloca a sua alma de conteúdo de qualidade.
As pessoas que te seguem se identificam com você. Então, assim, acho que independentemente de onde o seu conteúdo está, essas pessoas vão consumir. Então, por exemplo, desses seus vídeos você disse que uma coisa que você pensa para o futuro é talvez escrever livro. Então, se você escrever livro, que é uma coisa totalmente independente de qualquer plataforma, a probabilidade desse livro dar certo é infinitamente maior do que a...
Se eu escrever livro aqui, eu, João, ninguém, entendeu? Ninguém segue de dar certo. porque no final das contas, o que importa é isso, E essa comunidade que você construiu na sua jornada, cara, eu acho que ela é fantástica, assim. E vai te render muitos frutos, muitos bons frutos ainda no futuro.
Richard (34:13)
É, tinha detalhe que eu esqueci de exemplificar pra galera aí, é que tipo assim, depois que eu peguei a conta de volta, a meta que me suspendeu, Então foi por isso que tipo é meio frustrante, né? Que você vê a própria plataforma, trabalhou 10 anos de punido por algo que você não fez.
Mas aí tem essa parte da comunidade, só que quando eu fiz esse paralelo da viagem, eu fiz paralelo imaginando que eu perdi tudo. Tipo assim, perdi todas as redes. Onde é que eu vou me conectar com essa galera? Vou achar fulano na rua ou tal? A minha comunidade é forte, mas eu preciso ter pelo menos algum lugar pra ter contato com ela. Nem que seja o WhatsApp, Tipo, por exemplo, você me entrou contato comigo pelo WhatsApp.
João Agapito (34:44)
É, tá certo.
Pior que
o WhatsApp também pertence à meta, Então tá enrolado. Você perdeu WhatsApp também.
Richard (34:52)
Eu perdi o WhatsApp, e é por isso que eu tava falando, eu perdi
o WhatsApp nesse rolo. Agora eu já recuperei, mas eu fiquei sem o WhatsApp também. Então, tipo assim, eu perdi... Eu tenho a comunidade, mas eu perdi o acesso à comunicação com ela, entendeu? E aí é por isso que hoje eu tô distribuindo o máximo que dá.
João Agapito (34:58)
Que isso?
Richard (35:13)
Eu nunca pensei... mano, eu não penso transformar a alvada de mochila numa empresa com 10 pessoas me ajudando a fazer post. Eu gosto da coisa artesanal. Eu gosto de editar vídeo. Eu gosto de escolher a música. Mano, a galera... porra, a pega editor lá, você vai ter muito mais tempo para produzir, você vai produzir mais. Fala, mano, mas não quero ninguém escolhendo música pra mim. Só eu sei a música que combina com esse momento que eu quero passar.
aí, eu tenho muito conceito assim, escutei, há muito tempo atrás, eu escutei podcast que ele falava, que era de monge, que ele falava sobre simplicidade voluntária. Que é tipo assim, você tá dormindo, precisa de uma cama, papapapapá, aí você compra carro.
Aí o carro você anda, papapá, aí você ganha uma grana, você vai comprar carro maior. Só que o carro maior, vai ter IPVA maior, ele vai ter seguro maior, custo dele é maior, então pra você manter esse carro maior, você tem que trabalhar mais do que você trabalhava antes. E aí você perde mais tempo de vida. Então o meu conceito sempre foi limitar certas coisas.
Então eu quero crescer, mas Eu não quero crescer a qualquer custo.
Eu vou fazer o que eu consigo aqui no meu limite, eu também tenho ter tempo pra viver com a Lana. Eu tenho que ter tempo pra curtir a minha viagem, pra fumar o meu paio aí na montanha. Eu não quero chocar.
João Agapito (36:37)
O palherinho
tem que ter, né? Como bom goiano, pô.
Richard (36:40)
Então eu não quero ficar só trabalhando, entendeu? E aí uma coisa que eu pensei, pô, agora... que eu tô trabalhando por mais redes sociais, por questão de distribuir essa comunidade. Então, quando eu fui hackeado...
Eu fui lá no YouTube e fiz vídeo falando que eu fui hackeado, então a galera já tava avisada, eu tinha outra rede pra avisar. Mas eu vejo muito criador que só tem uma rede. Eu tenho criador que é amigo meu que tá há mais tempo que eu que só tá uma rede, só tá no Instagram. Se tivesse só no Instagram, numa conta dessa, perto de até o WhatsApp, não ia ter nada. Sabe o que é nada? Tipo... Fecha as portas. Então eu falei assim... Comecei a escrever no Substeck, que é uma rede social pra quem gosta de escrita.
João Agapito (37:12)
É,
Richard (37:20)
Quero fazer o livro, já comecei a escrever algumas coisas Não sei quanto tempo vai demorar, mas já comecei a escrever
João Agapito (37:25)
Que isso, livro... Cara, esse livro seu deve ter... Se você resumir bem suas histórias, eu estimo que ele vai ter aproximadamente umas 2500 páginas, porque cara, é história demais, velho.
Richard (37:37)
não, mas aí você tem que escolher a
história. melhor não é contar, fazer resumão. Tipo, não seria uma biografia, seria uma viagem específica, Eu quero começar pelo caminho de Cora. Porque eu acho que foi o caminho de Cora que me alavancou. foi minha primeira preguinação. Então tem tudo...
João Agapito (37:55)
Ingoiás!
Richard (37:57)
Por ser Goiás também, Aí depois, se der certo, tipo assim, quando eu faço, certo, não nem se fizer sucesso, mas tipo assim, se eu ficar satisfeito fazer, se eu me sentir motivado escrever novamente, se eu gostar da ideia de ver o que é meio pronto, né?
João Agapito (37:59)
mais.
É, mas isso é muito inteligente da sua parte, né? Já ter antecipado esse movimento de concentração desse oligopólio que é as mídias e você já pulverizando o seu canal.
Onde você se veria, aposentando, se largando pouco a vida anômica para ter sítio, por exemplo? Você pensou sobre isso?
Richard (38:33)
na real muita gente conversa sobre isso e assim no dia a dia a galera que eu convivo que é nomad também que tá na estrada também eu vejo que ele geralmente aposenta depois de uns dois anos não aposenta da da
Não deixa de ser viajante, mas deixa de ser nomad, porque realmente, mano, é desgastante você todo dia cagar no válo diferente, dormir numa cama diferente. Você não saber o que vai ter disponível no supermercado, cara. Tipo, a lana é vegetariana, exemplo, então ela sofre mais para achar alimentação. Mas eu não consigo mais digerir comida da Bolívia. Agora eu tava na Bolívia, que sempre foi lugar que me abraçou. Eu sofri, cara. falei, putz, velho. Nossa, velho, como eu preciso de Eu só queria achar uma comida...
mais amigável com o meu corpo. Quando você tem 20 anos é mais fácil, você come qualquer almoço, a coxinha, vai tomar café da manhã.
Meio pão francês, vai dormir outro pão francês e segue o baile, mas depois dos 34, 35 agora tá ficando difícil. Então a gente conversa muito sobre aposentadoria. O que eu vejo da galera é que geralmente eles ficam dois anos e vão para algum interior. É muito raro alguém ficar numa cidade grande. Dos meus amigos que eu conheci. Que ficaram neles há muito tempo. Eu e Lana a pensa ter sítio.
morar no interior, onde o custo não vai ser tão alto. Onde a gente vai ter uma qualidade de vida a ponto que gente tem que ficar...
indo no médico o tempo inteiro igual a gente fica na cidade grande não tem que ficar preocupado com gente assaltando
E aí eu quero viajar com objetivo. Então, por exemplo, vou sair do sítio para fazer uma peregrinação, aí vou direto para o Caminho da Fé, caminho, mil quilômetros e volto e vou editar o vídeo na minha casinha, na minha cadeira.
No meu computador, na minha tela, que isso é sonho, velho. Aqui a gente edita cafeteria. Eu não aguento mais trabalhar cafeteria, Não aguento mais.
João Agapito (40:21)
Virado,
eu acho muito massa essa seu canal hoje já é bem sucedido Então, quando chegar o momento que vocês decidirem, agora é hora de achar o nosso lugar, o nosso sítio, etc. Eu imagino que até lá
vocês não necessariamente precisariam se prender a essas questões mais simples, Mas o simples fato de você já vislumbrar isso querendo manter estilo de vida mais simples diz muito sobre você, Eu acho isso muito, da hora.
Richard (40:54)
É mano,
pra mim, rico é quem não tem problema. Se for pra ficar tendo problema pra enriquecer, porque teoricamente a fala assim, a gente é rico pra resolver os problemas. Então, por exemplo, eu vou comprar helicóptero pra não ter que pegar o trânsito. Eu já vou pensar o contrário. Eu não preciso...
arrumar o problema primeiro pra depois ter que pagar pra resolver ele, entende?
João Agapito (41:18)
É, cara, e esse conceito de riqueza que você compartilhou, eu concordo, gênero, número e grau, Acho que a riqueza mora justamente nisso, viver uma vida que, faz sentido para você. A gente só tem uma vida, né, Richard? Que é isso, bicho?
Richard (41:31)
imagina, beleza, o cara é rico lá, aí tem que ficar andando com segurança, aqui São Paulo tem que andar dentro do carro blindado, cara não consegue nem ver a luz do dia dentro do carro mano, pra que vida é essa,
João Agapito (41:45)
E cara, eu tenho certeza que o seu trabalho inspira muitas pessoas. Então, para quem se inspira você e quer começar a viver o sonho.
trabalhando com viagens, exemplo. Que dica você daria para essa pessoa?
Richard (42:00)
a galera pensa assim que tipo, eu vejo muita gente que quer viver com viagem e geralmente eles comentem muitas vezes o mesmo erro que eu cometi no começo que é de achar que tem que começar a igual outra pessoa estava fazendo. Eu acho que o melhor que coisa que você pode fazer é pegar alguma coisa daquilo, trazer pra sua realidade e construir do seu jeito. Igual tá falando o Aldo.
Se eu tentasse viajar de bicicleta igual ele fez, cara, eu não consigo viajar de bicicleta. É terrível. Então se eu fosse tentar copiar o áudio, eu não tinha passado da primeira semana. Eu adaptei a andar a pé. É o que serve pra mim. A bicicleta não servia pra mim.
Então a melhor coisa que eu falo pra galera é tipo, pegue algumas coisas, pegue a referência por exemplo, o que eu peguei do Aldo foi o valor de viver com 500 reais. Aquilo ali que eu mirei, tipo assim, não foi o, eu não tentei fazer o que ele tava fazendo. Então por exemplo...
Eu já fazia design gráfico você lembra
João Agapito (42:53)
Lembro demais
Richard (42:54)
Então, quando eu fui para a estrada eu continuei fazendo a mesma coisa que eu já sabia. Eu não fui, agora eu vou virar programador, porque eu estou vendo monte de gente fazendo programador. Aí você vai fazer curso, aí chega no meio do curso e você vê que você não tem... Você não manja nada daquilo, que você não gosta daquilo. Então o que eu falo para galera é, faça o que você já faz, mas adapte ela para novo cenário.
É legal aprender coisa nova, mas não legal depender de algo que você nem aprendeu. É muito diferente. Eu falo muito nisso.
Mano, eu consigo te dar tantos exemplos de gente trabalhando na estrada que você vai pirar a sua cabeça. Se liga. Eu já conheci... o trabalho de uma menina que viajava fazendo maquiagem. Ela tinha mochilão e tinha umas malas, como se fosse uma mala de ferramenta de maquiagem. Aí ela chegava na cidade X, ia para frente da balada...
João Agapito (43:37)
E logo.
Richard (43:46)
e fazia maquiagem na mulherada na fila da balada, ganhava uma grana.
Tipo assim, quem vai imaginar que uma maquiadora pode ser normal? Você não imagina.
João Agapito (43:50)
Jeeez...
João Agapito (43:55)
É cara, e eu acho que isso também fala bastante sobre a vontade da pessoa, né? Porque tem muita gente que, quer viver o sonho, mas não faz por onde. Então, por exemplo, eu tô morando fora já faz tempinho, Então, alguns amigos me perguntam, tipo, cara, como é você fez pra sair do Brasil e tal? Me dá umas dicas.
E eu não, claro, fiz isso, fiz aquilo, acho que talvez você pudesse fazer isso ou aquilo. Enfim, conversa morre ali. E depois o tempo passa e você conversa com essa mesma pessoa depois de tempo. Ela continua com aquele sonho, mas você me pergunta o que ela fez para de fato realizar esse sonho. Nada. Então fica muito na questão de só sonhar, mas de fato tomar...
tomar atitude e fazer alguma coisa para viver esse sonho você não vê acontecendo.
João Agapito (44:53)
ir atrás com o que você tem, com o que você já sabe, cara, é fundamental. assim, eu acho também que a forma como você trabalha, a forma como você construiu Vida de Mochila, é bastante autêntico, como você disse, bastante artesanal.
Richard (45:11)
Até zanão.
João Agapito (45:13)
E eu tenho certeza que isso aí fundamental para... sustentação desse canal, dessa comunidade que você criou.
Richard (45:21)
Cara, a galera que tá querendo ir pra estrada, eu bato muito na tecla da autenticidade. Tipo assim, eu acho que a maior beleza do Nômade digital é você ter certa liberdade.
tipo assim, eu não posso falar como cada escolhe a carreira e o modo de viver mas por exemplo, eu entrei nessa pela liberdade tipo liberdade de ter escolha por exemplo minha mãe faleceu cara e eu fiquei quase mês sem postar conteúdo mas o conteúdo eu continuei tendo renda, eu continuei tendo coisa eu posso ficar sempre quero ficar dois meses parado sem trabalhar e aí vai e o conteúdo vai
me segurar não necessariamente porque você trabalha com rede social você tem que ter olhinho mas quando acontece algo você tem a liberdade de escolher puxar o freio de mão né e eu acho que tipo assim essa liberdade é a parada que eu mais gosto desse estilo de vida que eu tenho não é necessariamente só trabalhando com rede social trabalhando com viagem e tal mas como viajante mesmo porque o viajante ele consegue encontrar
oportunidades onde a galera não tá vendo. tipo assim, às vezes você tá querendo fazer uma grana pra viajar uma coisa, aí viajante normal, ele diz, uau, vou arrumar emprego aqui na Suécia, trabalho rapidinho aqui pintando madeira, fico dois meses aprendo coisa pra caralho, pega dinheiro e vou viajar. Então essa liberdade de você escolher coisas que estão anexadas ou que você quer naquele momento, cara, isso pra mim é incrível.
Porque eu não lembro, mas dezembro eu odiava trabalhar E aí, como viajante, como produtor de conteúdo ou até como mochileiro, você pode escolher meio que as temporadas, porque você aprende a viver com pouco, né?
Acho que viver com pouco é a base. Se você sabe viver com pouco, você vai escolher a hora certa de como você vai ter a gestão do seu tempo, de onde você vai investir sua saúde, né mano? Tô ficando velho, cara. Mochila tá pesando, então eu tenho que pensar outras coisas assim, não é tipo só trabalhar ou só viajar. É você saber usar bem o seu tempo pra você viver bem, Fazer algo que faz sentido.
João Agapito (47:40)
É, Richard, você é cara diferente mesmo, viu? Muitos dos seus vídeos me inspiram, você é cara que me inspira. E muito obrigado, cara, por ter compartilhado pouco mais a sua vida com a gente. Te desejo toda a sorte do mundo no novo projeto da Rota da Seda. E é isso aí, velho. Forte abraço, valeu demais mesmo. Sem palavras.
João Agapito (48:04)
E se você curtiu esse episódio, não se esqueça de deixar sua avaliação, se inscrever, seguir e compartilhar com quem você gosta. Mas se você quiser ajudar diretamente o meu trabalho, eu vou deixar também link aqui na descrição. E é isso, muito obrigado e até semana que vem.